Resenhas rápidas: mães

I, Tonya

filme, 2018
dir. Craig Gillespie

Tipo de mãe: horrenda, violenta, muito exigente. 

Agride a filha porque acha que assim “está criando uma campeã”. O que Tonya aprende com ela? Que violência é amor, portanto tudo bem ser agredida pelo marido abusivo. Ela se torna uma patinadora foda, mas porque busca no público a aprovação e o amor que nunca recebeu da mãe. Claro que não recebe esse amor. Cai em desgraça por ser uma caipira grosseirona, que nunca se encaixou no ideal de mulher elegante e delicada que esperam de uma patinadora artística digna de representar os Estados Unidos.

Lady Bird

filme, 2017
dir. Greta Gerwig

Tipo de mãe: muito crítica, não respeita o espaço da filha; ama, mas não demonstra afeto.

A jovem Lady Bird, que inclusive recusa o nome dado pelos pais, vê na mãe um obstáculo para seus desejos e aspirações. Quer estudar em Nova York, “onde a cultura está”, mas a mãe impõe barreiras: a família não tem condições de pagar, suas notas não são o suficiente, melhor estudar na universidade da cidade, para continuar por perto. Ela acredita estar fazendo tudo pela filha (menos escutar), e a considera uma egoistinha, para quem nada nunca é o suficiente. Lady Bird acaba indo estudar longe, e a distância ajuda a colocar as coisas em perspectiva. No final das contas, sua mãe é apenas uma pessoa tentando fazer o seu melhor, apesar de falhar tanto. Ou seja, humana.

Mother!

filme, 2017
dir. Darren Aronofsky

Tipo de mãe: fraca, passiva, submissa. 

No filme, Jennifer Lawrence representa a Terra, ou a mãe natureza, sujeita aos caprichos do marido, que representa Deus. Não consegue proteger seu espaço do bando de malucos que o marido constantemente convida para dentro de casa. Anda de um lado para o outro choramingando e pedindo para que não sentem na pia. Ninguém a ouve, ninguém a respeita. Tão fraca que não consegue proteger o próprio bebê, que é retalhado e comido vivo pelos fanáticos que invadem sua casa e sua vida.