Zine Bobagens Imperdíveis

Bobagens Imperdíveis nasceu como uma newsletter que, por três anos, de 2013 a 2016, chegou por e-mail todas as manhãs de sábado para cerca de 5000 leitores, com textos para inspirar, divertir e questionar.

Depois de 129 edições, Bobagens Imperdíveis começou um novo capítulo em sua história: em janeiro de 2017 passou a chegar na casa dos leitores na forma de uma zine impressa mensal.

O desafio era imenso: transformar um conteúdo virtual e periódico em um conteúdo físico e periódico, o que exigiria um sistema de produção mais complexo, tanto para financiar a produção e permitir a entrega do produto final ao leitor, quanto para garantir a pegada artística e autoral que virou a marca do projeto.

Fotografias: Vinícius Linné, em ensaio especial publicado no perfil @li_teraturando.

Visão geral

  • 12 edições + 3 extras
  • 15 meses consecutivos de projeto
  • Mais de 4000 exemplares vendidos no primeiro ano
  • Primeira zine por assinatura mensal utilizando o Apoia.se, site de financiamento recorrente, e um dos projetos mais bem-sucedidos da plataforma
  • Chegou a ter 430 assinantes mensais
  • Finalista do Prêmio Dente de Ouro 2018 na categoria Zines

Bobagens na cena das zines

Zines são publicações independentes, feitas por entusiastas ou artistas, geralmente com uma produção caseira e voltada para um público de nicho.

Com Bobagens não foi a primeira vez que me lancei ao mundo das zines: aos 16 anos comecei a fazer fanzines, com minhas próprias histórias em quadrinhos e textos. Distribuía para um público modesto e produzia de forma completamente artesanal, reproduzindo as edições na xerox perto de casa e mandando por correios ou trocando com outras pessoas zineiras da época.

marcando presença na feira do Pixel Show

Mais de uma década depois, voltei às zines mais profissionalmente com Bobagens Imperdíveis, que fez parte do crescimento do cenário das zines no Brasil, num momento muito frutífero para esse tipo de publicação.

Apesar de ter marcado presença na feira do Pixel Show 2017, Bobagens Imperdíveis foi vendido quase que exclusivamente pela internet. Mesmo assim, alcançou uma grande audiência e levou a cultura das zines para um público que ainda não era familiarizado.

a primeira edição da zine

A experiência com Bobagens Imperdíveis me levou a ministrar uma oficina de zines no SESC da Avenida Paulista, em junho de 2018, onde foi possível transmitir o conhecimento adquirido no processo de produção, além de reforçar o caráter de comunidade e troca de ideias, uma das características marcantes da cultura de zines.

Conteúdo

Cada edição é um universo diferente, com tudo escrito, ilustrado e produzido por mim.

Com temas diversos, as zines podem ser lidas em qualquer ordem e são autocontidas: as histórias começam e terminam dentro de cada edição. Leitura leve e rápida que harmoniza bem com café ou com um chá da tarde.

Zines para todos os gostos

  • edição sobre o tempo
  • edição especial com conto de ficção científica
  • zine sobre cores
  • vida adulta e adequação
  • edição sobre mudanças
  • espaço sideral
  • pássaros
  • processo criativo
  • making-of de um romance
  • sonhos e realidade alternativa
  • histórias sobre fotografia

Contém:

  • ilustrações
  • contos
  • textos de opinião
  • artigos
  • histórias em quadrinhos
  • desenhos para colorir
  • colaboração de artistas convidados
  • entrevistas fictícias
  • histórias reais

Visual

O projeto visual da zine foi pensado para dar uma identidade muito própria para cada edição e, ao mesmo tempo, encaixar toda essa diversidade de estilos como parte de algo maior.

Busquei brincar de forma criativa com as limitações gráficas, já que o miolo da zine era impresso em casa, em p&b.

As capas se revelaram super fotogênicas, ao ganhar espaço nos perfis do Instagram e nas redes sociais dos leitores.

capa da edição número 6

Empreendedorismo

Bobagens Imperdíveis, mais do que uma leitura divertida, foi um modelo de negócios que conseguiu viabilizar minha produção artística durante um ano, num contexto em que viver da escrita no Brasil é um dos maiores desafios para qualquer escritor.

Publicar Bobagens também significou criar sistemas. O primeiro deles foi um sistema de venda e distribuição que fez com que a zine alcançasse mais de 4000 zines vendidas no primeiro ano, marca considerável para uma publicação totalmente independente, produzida por uma única pessoa.

Também foi preciso criar um sistema de produção com ciclos muito bem definidos para tornar sustentável a publicação de uma zine diferente todo mês. O foco desse sistema foi resolver a questão de dar escala a um produto, mantendo a qualidade e personalidade que um material autoral pedia.

Além de conhecimento para contar histórias, ilustrar, escrever e criar um conteúdo divertido, reflexivo e que cativasse os leitores, a experiência exigiu organização, visão de negócios, finanças, logística, conhecimentos gráficos e habilidade em design de produção.

Histórias dos leitores

“Quando recebo o pacote sinto uma emoção semelhante de quando recebia o pacote da turma da Mônica em casa quando era criança”

ANA PAULA

“Por causa do Bobagens, eu criei uma oficina de fanzine junto com o Leia Mulheres da minha cidade e produzimos três edições coletivamente”

LAÍZA

“Empresto as zines para as minhas filhas e depois deixo na sala de espera do consultório, pra que mais pessoas possam ler. Elas fazem o maior sucesso! Gosto quando meus pacientes comentam sobre as zines”

MARIETA

“Me mudei e saí do apartamento da minha mãe um pouco depois de ter assinado, mas nunca mudei o endereço de entrega. Então a zine indiretamente ajuda a manter eu e minha mãe próximos”

MARCELO

“Sempre que eu deixo a zine pela casa, quando ainda não terminei a leitura, ela sempre chama a atenção das pessoas. Elas pegam, folheiam e às vezes perguntam o que é. Acho isso muito legal, principalmente porque conversar sobre a zine rende um papo muito interessante”

MARIANA

“A zine chega na minha casa normalmente aos sábados. Moro na capital mas visito minha família no interior mais ou menos no final/início de cada mês. Por isso, costumo me deparar com os envelopes quando estou saindo de casa, cheia de malas, a caminho da rodoviária nos sábados de manhã. Virou um ritualzinho abri-las no táxi e ler no ônibus, na viagem”

RAÍSSA