Dez princípios-guia para artistas

Encontro no Amsterdam Museum uma espécie de manifesto assinado pelo pintor e escultor holandês Gijs Assmann.

“Raakvlak (VII)”, aquarela de Gijs Assmann, 2017

A lista estava disposta em uma simples folha de papel pregada no chão, com dez tópicos. Diretrizes para criar arte. Ou talvez descobertas que ele fez sobre o próprio processo.

Eram frases que bem poderiam ter saído de algum caderno de anotações do artista. Absorvi não como mandamentos, mas como pontos que eu mesma conseguia identificar na minha forma de fazer e pensar arte, ali sintetizados com muita clareza.

Resolvi recortar a lista e trazer comigo como forma de retornar a ela mais vezes, digerir com mais calma.

Assim estava escrito, abaixo com tradução por minha conta:


Gijs Assmann (16/02/2021)

(Com agradecimentos a Mark Rothko)

1. Ser humano é o único tema

“Como viver” é a questão central

2. Ambiguidade é central

A vida é sobretudo uma permanente e harmoniosa união de aparentes opostos

3. Evite ironia

Seja um participante da relação entre os assuntos, não um observador

4. Morte

Deve haver uma clara preocupação com a morte

5. Sensualidade

Cada trabalho deve ter uma relação voluptuosa com coisas existentes

6. Humor e ludismo

Como elemento humano (o sorriso como mais alto objetivo)

7. Volatilidade e coincidência

Também como elemento humano

8. Esperança

Como uma tarefa

9. Apenas na união com o outro há a possibilidade de real felicidade e crescimento

Conecte-se

10. Pieter Bruegel, o Velho, é um contemporâneo

“Big Fish Eat Little Fish”, gravura de Pieter Brugel, o Velho, 1557. Veja a imagem em tamanho ampliado aqui