Jurassic World: eu fiquei do lado do monstro

Contém Spoilossauros.

Alertaram que o filme não era bom. Mesmo assim eu fui. Se não for o próximo melhor filme da minha vida deste final de semana, pensei, vou pelo menos para ficar vesga com as imagens bonitas em 3D, que é pra isso mesmo que a gente paga o ingresso.

O que vi não foi tão trágico. Mas também não tão incrível.

Daí que não posso dizer se gostei ou não gostei de Jurassic World, filme que vem apenas 22 anos depois do clássico que marcou a minha infância e que continua atual, emocionante e bem-feito. Não precisava ter feito o 2. Nem o 3. Nem esse. Mas a indústria do cinema não pode parar, etc etc. Então fizeram Jurassic World – que eu já não esperava que fosse superar Jurassic Park (e sério, alguém esperava?), mas também não dá pra dizer que é um lixo completo.

Sei que as pessoas só querem saber de um texto que fala apaixonadamente de algo ou que esculhamba completamente essa mesma coisa. Ou gosta ou não.

Mas veja, eu não tenho como decidir de que lado eu fico se, enquanto assistia o filme, eu era jogada pra lá e pra cá pelos meus mixed feelings a respeito de Jurassic World, que basicamente podem ser resumidos assim: “agora está melhor, com certeza. Já tá bom. Não, não tá muito bom. Tá meio ruim. Agora parece que piorou.”

O filme tem coisas ótimas. Coisas tão ruins que chegam a ser boas. E coisas totalmente cagadas. Mas, no geral, é um filme “quase”. O que não é muito bom para um blockbuster desse porte. Mas acho que Jurassic World se encaixa mais na categoria de filme B. Filme B de monstro.

E enquanto eu tinha em mente que era um filme de monstro, consegui curtir bem mais.

Em seu canal Vsauce, o apresentador Michael Stevens explica que a palavra monstro tem o mesmo radical da palavra demonstrar e deriva do latim monere que significa instruir, alertar. Os monstros das nossas histórias, portanto, têm a função de nos mostrar algo que talvez teríamos menos coragem de encarar de outra maneira.

O Godzilla, por exemplo, uma criação japonesa que surgiu no período pós-guerra, representa o terror vivido pelas pessoas daquele país com as explosões atômicas, como apontado pelo The Guardian: “seria uma forma de confrontar essa tragédia de forma imaginativa, sem o pesar de sua derrota militar? Ou o monstro simboliza a desafiadora sobrevivência do Japão e de seu potencial para uma retaliação destruidora?”

O monstro de Jurassic World, não apenas o frankenstein genético “maior e com mais dentes” criado pelo parque para ser a mais nova atração, mas cada dinossauro contido no filme, estava ali para me mostrar alguma coisa. Mas precisei de um esforço extra para entender, se os humanos no centro da história tentavam me distrair.

Primeiro ponto: nem Owen Grady (interpretado pelo Chris Pratt, que pra mim estava em sua melhor forma como o Andy, de Parks & Rec), nem Claire eram os protagonistas. Muito menos as crianças malas.

Já haviam me alertado que os personagens eram muito estereotipados, trazendo até clichês negativos e equivocados de gênero que temos lutado para desconstruir na ficção. Realmente: os personagens eram bem fracos, planos demais para me causar empatia ou identificação.

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Owen, uma espécie de Crocodilo Dundee dos dinossauros, trabalha no parque como treinador de velociraptors, por mais absurdo que pareça. Ele é o típico herói fodão: destemido, habilidoso, alto senso moral. Tudo o que faz dá certo. Exala testosterona. Galanteador.

Seria só mais um herói apelão se não fosse pelo detalhe de ser o Chris Pratt. A escolha de um ator de comédia para um papel tão tradicional não seria por acaso. Vi nisso a tentativa de ridicularizar esse clichê, de implodi-lo de dentro para fora, ao colocar nele um rosto que mesmo numa situação em que ele mostra o quanto ele é foda eu não consigo levar a sério. O problema é que ficou no quase. Em vez de abraçarem essa ideia, parece que eles realmente tentaram vender Owen como um herói foda, mas acabou ficando no meio do caminho. Desperdiçaram a chance e o personagem acabou ficando apenas chato. Ele nem cresce durante o filme.

Gostei bem mais da Claire do que dele, apesar de todo o esforço que fazem para ela parecer uma cold bitch. Ela é a administradora do parque, uma executiva workaholic, obcecada por controle, não gosta de crianças, é certinha e se veste impecavelmente.

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É praticamente o oposto de Owen. E, ao contrário dele, pelo menos ela consegue crescer durante o filme.

Apesar de parecer o contrário, percebi que ela não se encaixa no papel de mulher tonta que precisa ser salva pelo grande herói. Ela surpreende bastante nesse sentido: ela chega a salvar Owen quando um pterodáctilo (acho?) o ataca, afastando-o com uma coronhada de rifle (se isso existir) e atirando no bicho depois. Ela salva os sobrinhos diversas vezes. Porra, ela vai sozinha atrair a T-Rex para fazê-la atacar a Indominus-Rex, no que foi o maior ato de bravura do filme inteiro.

Mesmo mostrando ser bad-ass e não uma mulher indefesa, o que acontece? Os sobrinhos fazem questão de dizer que preferem ficar com o Owen, que ele é o foda, que se sentem seguros com ele, invalidando todo o esforço da tia em ser a verdadeira heroína. E eu me identifiquei tanto com isso. Eu sei, eu sei, essa fita é muito errada. Mas é exatamente o que acontece na vida real. Ser mulher é exatamente ter que se provar o tempo inteiro e, mesmo quando você faz coisas incríveis, você não é valorizada, porque um homem será reconhecido no seu lugar. Claire, tamo juntas.

Aí que ela anda de salto alto o filme inteiro, inclusive nas cenas de fuga e ação. Apontaram que isso era inverossímil, que era um estereótipo ridículo, etc. Concordo, é tão inverossímil quanto adestrar um fucking velociraptor (no entanto, para o Owen isso é foda né?). Mas é uma coisa tão ridícula que até ficou boa. Porque veja, ela corre incansavelmente pra lá e pra cá em cima de um salto agulha e em nenhum momento isso a atrapalha, como se muito normal, diferente da maioria dos filmes de monstro ou terror em que a mocinha sempre tropeça idiotamente numa perseguição.

Há uma cena em que Owen e Claire saem correndo em disparada e ele se vira para ajudá-la a descer de um degrau. Você acha que ela para? Nada. Ela sai correndo em disparada na frente dele, de salto e tudo. Morri de rir. Porque foi uma quebra na expectativa, tanto no que a gente espera de uma mulher, tanto no que a gente espera de um herói. Ridicularizou o cavalheirismo sem precisar falar uma palavra. E foi um desses momentos em que senti que tentaram desmoralizar a figura do herói tradicional, fazer piada do clichê – se até uma executiva de salto é capaz de correr mais rápido do que ele.

É um filme de exageros, não se esqueça. Maior e com mais dentes. Por isso um filme B. Um filme de monstro que faz piada sobre filme de monstros.

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A referência a esse gênero está presente em vários momentos. Como na cena em que a mosassauro – um gigante dinossauro aquático que na vida real não se encaixa na categoria dinossauro – devora um tubarão branco, outro monstro dos cinemas. Ou na cena em que o ataque de pterodáctilos ao parque lembra Os Pássaros, de Hitchcock. Ou ainda na batalha final, quando uma velociraptor e a T-Rex se unem para derrotar a Indominus-Rex, fazendo referência às batalhas de monstros gigantes como nos antigos filmes do Godzilla. Essa cena também faz referência ao primeiro Jurassic Park, quando é a T-Rex que “salva” os heróis ao enfrentar as velociraptors; mas em Jurassic World fazem os dois monstros virarem migas no final.

Há outra referência ao primeiro filme Jurassic Park, quando Claire, com sua roupa de executiva completamente inapropriada para a ação, amarra sua blusa na cintura e arregaça as mangas, lembrando bastante o visual da Dra. Ellie. Owen olha para aquilo meio sem entender o que significa e Claire diz: “estou pronta pra ação!”. Mais um momento em que eles usam caricaturas para brincar com referências que vimos em outros filmes de monstros.

Mas a maior referência que puderam ter feito ao gênero monstro é ter criado personagens humanos tão bosta que me fizeram gostar muito mais dos dinossauros. Eu passei o filme torcendo pelos monstros.

Exatamente o que aconteceu quando li Moby Dick, como falei aqui: “Uma das coisas que me inquietou durante a leitura foi a incapacidade de embarcar no Pequod e ser cúmplice da matança de baleias; fui incapaz de vê-los como heróis, ainda que não fosse objetivo do autor nos fazer torcer por eles, especialmente pelo desajustado capitão Ahab. A história contada do ponto de vista dos baleeiros me causou certa repulsa.”

(aliás, vi algumas referências a Moby Dick em Jurassic World, mas são completamente por minha conta: afinal, as duas histórias giram em torno da perseguição a uma criatura gigante, inteligente e ameaçadora; e no filme, quando primeiro somos apresentados a Indominus-Rex, o dono do parque nota: “você não disse que ela era branca”, o que me fez lembrar imediatamente da Moby Dick.)

No começo do filme eu já estava tão entediada com aqueles personagens, que de repente me percebi empatizando com a Indominus-Rex. Eu me coloquei no lugar do monstro.

(lembrando que o que conto aqui tem a ver com as minhas impressões. Não é o que eles quiseram passar com o filme, mas tão somente o que eu senti. Favor não confundir, obrigada)

Veja, eu sou uma criatura que nasceu para servir como entretenimento para os humanos e para o lucro de alguns deles; sou aprisionada e privada de qualquer convívio com outros de minha espécie ou qualquer outro tipo de ser vivo; a única relação que tenho é com a grua que traz carne para o meu cativeiro; sou até privada dos meus instintos animais de caça, se eles me dão o alimento; sou uma criatura dotada de inteligência em uma situação de opressão; então é claro que vou usar minha inteligência para me libertar.

Indominus-Rex é mais vítima do que monstro. Sim, ela é perigosa e sai matando tudo o que vê pela frente, mas porra, ela é um dinossauro inventado pelo ser humano para ser maior e mais assustador. Ela não sabe seu lugar no mundo. Ela é uma criatura viva que foi tratada como um objeto, criada para ser explorada por aqueles que acreditavam ser seu dono (inclusive, quando estão planejando recapturá-la, o dono do parque é bem enfático ao dizer para não usarem armas letais; não para poupar a vida da criatura, mas porque “não se mata assim um investimento de 26 milhões de dólares!”). Quem é o verdadeiro monstro?

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O mesmo senti em relação às velociraptors. Os outros filmes construíram esses dinossauros para serem vistos como uma grande ameaça, mas em Jurassic World são apresentados como cachorrinhos obedientes. Senti que a domesticação as matou, ao invés de pensar “olha que maneiro esse herói que treina raptors!”. Achei lamentável. Fiquei particularmente revoltada com a cena em que elas estão sendo examinadas e estão com as cabeças firmemente presas numa terrível estrutura de metal, que as impede de fazer qualquer movimento, a não ser piscar o olho. Completamente contidas.

É até óbvio que Jurassic World se trata de controle. Esse conceito é levantado muitas vezes durante o filme, especialmente em relação a Claire, que é maluca por controle em seu trabalho, ou a Owen, que acredita entender e controlar o comportamento das raptors, ou em relação aos cientistas, que acreditam ter controle sobre as variáveis de suas criações. Desde os dinossauros construídos geneticamente até as crianças malas do filme que fogem da assistente-babá de Claire, tudo sai de controle. Até um dos veículos do parque, a girosfera, que é apresentado como “seguro” e “resistente”, se quebra facilmente entre as mandíbulas da Indominus-Rex (não aprendemos nada com Titanic?). Controle e segurança são apenas ilusões.

Desde o primeiro Jurassic Park isso é tratado, quando Malcolm lembra da teoria do caos. Há coisas que não se pode prever, não se pode conter, não se pode controlar. A vida encontra um jeito, etc. Ali conseguimos ver que “brincar de Deus” e criar dinossauros para serem atrações em parque temático definitivamente não era uma boa ideia. Mas em uma realidade paralela alguém muito teimoso insistiu nessa ideia bocó e de fato deu continuidade ao parque dos dinossauros que conhecemos em pleno funcionamento em Jurassic World. Mas pelamordedeus, caras: colocar seres pré-históricos como atração de zoológico para crianças não tinha como dar certo mesmo.

Por isso, me peguei num controverso schadenfreude quando os seres humanos eram devorados ou se davam mal. Bem feito. Toma. Especialmente na cena em que os guris estão na girosfera e ficam diante da Indominus Rex, numa cena que faz referência ao primeiro filme, quando a T-Rex tenta pegar as crianças no jipe. Só que ao contrário daquela cena, em que me senti ao lado da jovem Alex e do seu irmão Tim, em Jurassic World eu torci para que os irmãos fossem comidos por motivos de: muito chatos. Sem falar que o mais velho era um babaquinha que só ficava dando em cima das meninas no parque, além de um irresponsável que colocou a vida do irmão mais novo em risco. Um personagem que não ia fazer a mínima falta.

Por mais que o filme mostre o quanto os dinossauros são temíveis, ficou claro pra mim que o ser humano é o monstro de Jurassic World. Os dinossauros são criados meramente para serem explorados, seja como entretenimento ou até como arma (o “vilão” do filme é um cara que quer usar velociraptors como armas de guerra, para substituir soldados e drones no deserto). Nem os filhotes de dino escapam, porque são colocados numa “fazendinha” para filhotes de humanos brincarem com eles e os usarem como “pôneis”.

Há uma cena em que Owen e Claire encontram uma brontossauro agonizando no meio do caminho. Chocado, ele olha para o horizonte e vê outras da espécie mortas, largadas no chão. Eles entendem que foi a Indominus-Rex deixando um rastro de destruição e Owen faz a seguinte observação: “ela está matando por esporte”. E não é exatamente isso o que a gente faz?

Talvez seja isso que o monstro de Jurassic World queira nos mostrar. Mas também tirei disso tudo a interpretação de que, quando se reprime algo dessa maneira, uma hora ou outra esse algo vai se virar contra você.

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Por isso a cena em que eu mais vibrei no filme foi quando Owen lidera uma força-tarefa com soldados e velociraptors para caçar a Indominus-Rex. Não vibrei porque era um herói numa motoca irada comandando máquinas vivas de matar (porque essa cena, assim como uma mulher correndo de bouas de salto, é meio ridícula. Tão ridícula que parecia até comercial de desodorante masculino). Vibrei porque, quando as raptors encontram a inteligente e gigante ameaça, elas começam a se comunicar. As raptors e a Indominus-Rex conversam, se entendem, se percebem como aliadas. Quem sabe o que a maior tenha dito para elas? “Ei, companheiras! Vocês também são exploradas!” Então, numa surpreendente virada, a Indominus-Rex faz as velociraptors se virarem contra o seu “mestre” e ele passa a ser o perseguido. Parece que o jogo virou, não é mesmo?

Eu tinha virado os olhinhos de preguiça numa cena anterior em que Owen apresenta uma das raptors, a Blue, como beta. E que ele era o macho alfa. Literalmente. Então não pude conter uma gostosa risada quando, nessa cena, em desespero, o “herói” grita: “Fudeu, galera! Elas agora têm um novo alfa!” Ele estava se referindo à Indominus-Rex, que aliás, como todos os dinossauros do parque, é fêmea.

Mas minha animação desmoronou nas cenas seguintes, porque, como eu já disse, é um filme bem “quase”. Eles quase me fizeram gostar. Quase. Porque não tiveram coragem (ou talvez não tenham pensado nisso) de levar até o final a “revolta dos dinossauros”. De mostrar o ser humano como o monstro.

Um desses momentos é na cena dos pterodáctilos. Ali eu também estava achando o máximo o ataque, torcendo pelos “dinossauros” voadores que são meus favoritos desde a época em que eu curtia ser a Power Ranger rosa, mas aí o filme caga tudo quando a assistente de Claire é atacada. Porque ela não é simplesmente atacada como as outras pessoas. Ela é morta com requintes de crueldade, jogada para o alto feito boneco de pano, depois afogada consecutivas vezes na água e ainda devorada pela mosossauro. Caras? Pra quê isso, sério? Violência desncessaura. Nem o vilão, o babaca que queria usar as velociraptors como armas de guerra, que rouba os embriões de dinossauros para lucrar com isso, nem ele morre de forma tão exagerada. Tem que ver essa raiva de mulher aí.

O outro momento é quando os dinossauros se matam entre si para “salvar” os humanos, enquanto são as pessoas os verdadeiros responsáveis por todas as merdas da história. E passam impunes. Sobrevivem e ainda ficam como heróis. Não aguentei isso.

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Até achei legal quando a Claire usa a T-Rex para deter a Indominus. Ao contrário de Owen, que tenta ser o “mestre” dos dinossauros e os trata como bichos de circo, Claire faz isso sem tentar controlar o bicho, mas respeitando sua natureza animalesca. Claire se usa como isca para atrair a T-Rex e nisso eu também vi o crescimento da personagem em relação à sua obsessão por controle. Coisa que não aconteceu com Owen.

Então a T-Rex, na real, estava cagando para os humanos. Mas achei uó a velociraptor voltar pra ajudar o Owen. Ela até olha para ele com aquela carinha de “oh, mestre! Onde eu estava com a cabeça? Eu estava fora de mim!” quando ela foge do “controle” mental da Indominus e a ataca. Pelo menos é o que o filme faz parecer: que a “verdadeira ligação” que havia ali não era entre a velociraptor e outro dinossauro, mas entre ela e Owen. Ah, vá? Mas eu vi de outra forma: o animal foi tão condicionado a obedecer e aceitar aquela relação de submissão que bastou restabelecer contato visual com seu antigo “mestre” para voltar a obedecê-lo. Mesmo que isso significasse ser aniquilada. E eu fiquei muito triste por ela.

Apesar de extremamente absurda a “reconciliação” entre T-Rex e velociraptor no final, achei que fez muito mais sentido e foi muito mais bonita e significativa do que a velociraptor “cumprimentar” Owen como se o reconhecesse como um igual. Eu quis gritar de tão ruim que achei essa cena.

Os humanos “vencem” (ou ao menos sobrevivem a esta história, se o filme dá margem para continuação), e saí do cinema me sentindo meio derrotada.

No entanto, acabei aceitando que, apesar dos acertos e das reflexões que o filme trouxe, Jurassic World definitivamente não é um filme bom para quem torce pelo monstro.

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